quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Até quando?

Pergunto-me em vão, diversas vezes, todos os dias. Sei que é sem razão. Porque com ela jamais perderia meu tempo tentando entender os confins e as facetas alheias com questões tão simples como respeito, educação e bom senso. Valores, que penso, deveriam vir de berço e perdurarem por toda vida. Já que são como rotas singulares da geografia de nosso caminho – enquanto pessoas, enquanto pessoas – humanas.

Divago por instante com a ajuda da minha concentração, por vezes, chamada de autista, dada sua profundidade – que na verdade não passa de uma viagem estimulada por boa música. Um filme passa diante dos meus olhos. O gênero? Horror. Meu horror. Sim, por muito tempo ele me acompanhou, especialmente, quando eu sofria bullying. 

Um déjávu, eu penso. Não. Tudo está diferente. O mundo é outro, assim como as pessoas. O tema é melancólico, sim. Mas de fato gostaria que essa mudança tivesse sido para melhor. Não foi. Na semana passada eu estava no metrô quando um grupo de rolezeiros me transformaram em distração à base de chacota. É claro que ignorei, mas não deixei de me ofender. 

Dois dias depois, me emocionei ao ler Malala no ônibus. Isso foi motivo suficiente para que um casal que estava de pé diante de mim - disparasse um riso insano. Me pergunto: até quando? 

Até quando? Expor minha opinião – fundamentada em fatos e sentimentos será motivo de riso? Até quando as pessoas vão se dar o trabalho de cuidar da minha vida ao invés de focar em suas próprias imperfeições e problemas? A resposta eu sei de cor: nunca. Pois basta existir para ser alvo de fofoca, inveja, piadinhas infames e de energia negativa. Desde que se nasce é assim. E depois que se morre a história continua. Mas, de vez em quando, só de vez em quando, gosto de pensar que as pessoas têm jeito, que ‘o mundo é bão, Sebastião’. 

Uma visão romântica, para não dizer ingênua, que sempre me rendeu decepções – em todos os âmbitos. O jeito é me acostumar, abstrair e ‘ligar o foda-se’. É inútil se prender a pequenezas. Elas sempre vêm de gente de mente limitada. O mundo está cheio de gente assim. Mas também há espaço para os loucos, os puros e os românticos. Viva La Tua Vità.