quarta-feira, 22 de maio de 2013

Um alento chamado Alicia Keys


Você, com certeza, já ouviu falar, conhece ou se rendeu à sua poesia cifrada. Eu já tinha ouvido falar, mas não dava muita importância. Imaginava que seu estilo black music não era bem o que os meus ouvidos iriam apreciar. Me enganei. 

Certo dia, após chegar do trabalho e me deparar com a falta de inspiração para um frela – comecei a buscar algo novo no youtube. Algo que abrisse minha mente; minimizasse minha ansiedade e me proporcionasse aquele estalo [insight]. Então resolvi clicar nos vídeos recomendados – dentre eles, adivinhem só: ‘Empire State Of Mind’, da Alicia Keys Feat Jay Z. 

Pronto! Pensei. Havia – finalmente – sido apresentada a ela. Depois de ouvir ‘Empire’ eu não consegui ouvir outra coisa. Ela ficou rodando em looping no meu note e na minha cabeça. Em menos de 5 minutos já tinha baixado dois álbuns dela: ‘As I Am’ e ‘Girl On Fire’ [novo]. 

Sinceramente - me arrependi de não ter parado para escutá-la antes. Afinal, tive várias oportunidades e indicações de amigos e colegas de trabalho. Mas, eu teimosa que só vendo – dizia internamente – nãnãninanão. Não tinha [nenhuma] noção do que estava perdendo. Agora eu sei e tiro uma lição disso. Nada de ideias preconcebidas antes de conhecer – seja lá o que for: música, livro, filme, série, cliente, job, tribo, pessoa... 

Então o inevitável aconteceu. Rendi-me à sua música com curiosidade e admiração. Queria saber mais sobre sua história, suas inspirações, seus erros e claro – os medos e dores que transformou em versos e notas - para denotar com sua voz e piano. 

Hoje, ela faz parte da minha trilha diária. É um alento que me ajuda a acompanhar os apressados ponteiros do relógio no caminho para o trabalho; os apressados pés pelas vias da selva de pedra na volta para casa. É inspiração e paz contínua. 
Recomendo!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Eu viro as páginas, também sou página virada

Hoje, eu peço licença a mim mesma para postar aqui um texto que não é meu. Um texto de Fernando Pessoa que recebi de uma grande amiga. Ele veio em uma boa hora. Hora de virar as páginas, de ser página virada, de encerrar ciclos e aceitar finais - por mais tristes e inexplicáveis que eles pareçam. Faço dessa crônica evolutiva as minhas palavras. Inspire-se ;)

 "Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final… 
Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu… 

Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. 

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora… 

 Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração… e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. 

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. 

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do “momento ideal”. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará! Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és.. E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos."

Fernando Pessoa

segunda-feira, 20 de maio de 2013

De coração aberto

Acordo no meio da noite e me afogo em palavras. Dores, lembranças e ausências flutuam diante dos meus olhos, como uma nuvem de tags. Levanto e decido me esvaziar – anotando tudo que vier na cabeça. Poesias soltas em versos reflexivos. Tento criar um link dentro de mim – para que elas encontrem uma conexão prática ou razão estática da coexistência entre razão e emoção.

Sinto-me coadjuvante da minha própria história vendo pessoas queridas partirem por coisas pequenas – menores que o sentimento que imaginava que elas tinham por mim. Será que era sincero, verdadeiro, ou apenas um roteiro artificial? Nunca saberei. Sinto que me esqueci de atuar e apenas vivi, de verdade, me doando e querendo o bem.

Paro e penso. Certas insistências deixaram de ter traço persistente para configurarem teimosias vãs do meu coração. E como ele é teimoso. Vive levando nãos, silêncios indiferentes e expressões carregadas de “cresça”, “você é boba”, você é criança”, “vá tomar no cu” e “vê se me esquece”.

Acho que ontem ele – finalmente – se cansou. Cansou de ser tão bom. Tão transparente. Um sonhador adjacente. E com esse cansaço eu descanso, enfim, de selecionar [à dedo] personagens para minha história, de vida. É triste. Não nego. Mas agora tudo se torna mais prático. 8 e 80. Simples assim. Permanecerá – apenas – quem tiver vontade.

Assim - roteirizo com linhas firmes o caminho que a vida vem me mostrando. Cresço ao passo de cada engano, de cada bofetada, de cada palavra atravessada que recebo involuntariamente.

“Tudo tem volta”, “Tudo tem seu tempo” – dois clichês que levo comigo no pensamento. Um terceiro segue tatuado no braço direito: “Ascolta Il tuo <3” [Escute o seu coração] que é para não correr o risco de me esquecer dessa lei fundamental que sempre dita o próximo capitulo que vou escrever - dentro de mim.

Mais palavras, mais reflexões. Tudo se transforma em um manual prático de sobrevivência – nesse teatro chamado vida.