quinta-feira, 6 de abril de 2017

SÓ VERDADES!

Depois de um pé na bunda, você não sabe, simplesmente não sabe, que lembrança restará, de você, de vocês, Só velhas histórias

Depois de um pé na bunda, não tem como adivinhar que pensamento vai seguir você, vocês e tudo que podia ser, Só projeções

Depois de um pé na bunda, não existe razão porque você escolheu ser feliz, e no seu caso, meio copo cheio e um coração meio vazio, Só uma dose dupla pra tomar

Depois de um pé na bunda, não é você não quem diz se serão 2 dias ou 2 anos pra esquecer, só o tempo

Depois de um pé na bunda, você se perderá um pouco, mas a verdade é que nunca se encontrou, só em alguns momentos

Depois de um pé na bunda, vai dizer "foi melhor assim", mas você sabe que a melhor resposta sempre nasce 5 minutos depois, só acostume-se

Depois de um pé na bunda, vai desejar nunca mais amar ninguém, mas fique ciente que seu desejo pode se realizar, só uma realidade pra conviver

Depois...
Fique tranquila, porque amor próprio não vai te faltar.

quinta-feira, 30 de março de 2017

POR QUE EU ESCREVO?

Sempre escrevi para me esvaziar;
para tomar por inteiro frases dissonantes que voam como páginas soltas na minha cabeça;

para começar um diálogo reticente com perguntas que só o tempo, um dia, poderá dar alternativas, mas nunca um veredicto permanente;

para me olhar e perceber quem me tornei e como o passar dos dias, as experiências que vivi e as pessoas que conheci me afetaram, me transformaram – concedendo-me uma força que jamais imaginei ter, despertando em mim um racionalismo cada vez mais descrente de encontrar humanidade em gestos simples, como apreço e consideração em forma de resposta;

para não surtar com o peso do tempo, que escorre entre os dedos e deixa marcas nas curvas dos olhos, que revela quão impotente sou, mesmo sendo senhora do meu destino, dona do meu nariz e Khaleesi da minha casa há mais de 7 anos;

para não precisar de remédio faixa preta, de florais, de yoga, terapia ou qualquer alternativa paliativa que tenha o objetivo de domar com passos esse meu caminhar insano, mas nobre aos olhos alheios;

para não pegar o telefone e conjugar o verbo “sentir”, um intransitivo mais-que-imperfeito que vem se surpreendendo com meu talento de bloquear na mente, e onde for preciso, tudo que possa tocar em velhas feridas, sem necessidade;

para desconhecer-me e esquecer essa minha eterna mania de traçar linhas, ordem e planos para tudo. Afinal, existe um certo charme e evolução na desordem, nos fatos fora da curva e na assimetria que guia a geografia do meu caminho;

para, antes de tudo, criar uma conexão com você, que está me lendo agora e que com essas palavras vai criar uma nova resenha/perspectiva sobre mim. Grazie!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

PÁGINA VIRADA


Chega a doer,
Silêncio na escuridão,
Abraço perdido no tempo.

Chega a doer,
Dias desperdiçados,
Orgulho fadado,
Egoísmo calculista,
Inocência displicente.

Chega a doer
Saber que já não dói mais,
Fique sabendo
Você é página virada
Nessa minha série chamada
Amor não correspondido

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

AQUELE QUE FALO COM DEUS

Hora do ócio, mas a mente não para de pensar, de viajar, de ser palavra. E por conta dessa sua eterna inquisição, deixo de abrir os sites da Amazon, La Republica e G1, para escancarar o word e encher a página branca. Uma tentativa vã de me esvaziar, de parar de ouvir frases, respostas para mensagens revisadas com mais empoderamento para meus sentimentos, versos soltos – que ganham brilho ao som de Norah Jones, Amy, Dido, Diana Krall, Elisa – vozes que me acalmam durante esse encarnar. 

Da tela branca eu pulo para o bloco de notas no celular, não tão atraente quanto o analógico, que mora na minha cabeceira com a missão de me salvar de noites insones: cheias de ansiosos parágrafos escritos pela alma. Alguns, às vezes doem a cada ponto e vírgula, mas é essencial traduzir-me, mesmo que não faça sentido e os lampejos voem soltos em busca de uma rima que justifique sua existência. 

Se o mar de sinônimos resolve me visitar sem convite, eu procuro ignorar, ligo a tv, vejo 1 ou 2 episódios de Supernatural, como uma fruta, lavo a louça e leio um capítulo de “Cem Anos de Solidão”. Mas de depois de tudo isso, se eu não deixar de ter essas sintaxes, eu apenas ajoelho e rezo. 

“Ciao, Dio! Antes de começar, eu queria agradecer por hoje: pela saúde, proteção e alegria da minha família, amigos e conhecidos. Te chamei a essa hora da madrugada, porque não consigo parar – de escrever textos inteiros dentro de mim. Preciso dormir, amanhã é preto na folhinha, não posso chegar com a cara de um zumbi de The Walking Dead. Tá certo que já tenho cara de Vandinha por natureza. Rsrs. Dai-me paz e serenidade, Por favor...Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o Vosso nome. Venha a nós o Vosso Reino.Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.Amém!” 

Sempre funciona. Tanto que me pergunto: Por que não rezei antes de tentar a tv, o livro e a música? Não sei. Talvez seja teimosia, talvez vergonha de recorrer aos céus essa minha redundante desorientação para criar concordância entre o que o corpo precisa e as coisas do coração.