Sempre escrevi para me esvaziar;
para tomar por inteiro frases dissonantes que voam como páginas soltas na minha cabeça;
para começar um diálogo reticente com perguntas que só o tempo, um dia, poderá dar alternativas, mas nunca um veredicto permanente;
para me olhar e perceber quem me tornei e como o passar dos dias, as experiências que vivi e as pessoas que conheci me afetaram, me transformaram – concedendo-me uma força que jamais imaginei ter, despertando em mim um racionalismo cada vez mais descrente de encontrar humanidade em gestos simples, como apreço e consideração em forma de resposta;
para não surtar com o peso do tempo, que escorre entre os dedos e deixa marcas nas curvas dos olhos, que revela quão impotente sou, mesmo sendo senhora do meu destino, dona do meu nariz e Khaleesi da minha casa há mais de 7 anos;
para não precisar de remédio faixa preta, de florais, de yoga, terapia ou qualquer alternativa paliativa que tenha o objetivo de domar com passos esse meu caminhar insano, mas nobre aos olhos alheios;
para não pegar o telefone e conjugar o verbo “sentir”, um intransitivo mais-que-imperfeito que vem se surpreendendo com meu talento de bloquear na mente, e onde for preciso, tudo que possa tocar em velhas feridas, sem necessidade;
para desconhecer-me e esquecer essa minha eterna mania de traçar linhas, ordem e planos para tudo. Afinal, existe um certo charme e evolução na desordem, nos fatos fora da curva e na assimetria que guia a geografia do meu caminho;
para, antes de tudo, criar uma conexão com você, que está me lendo agora e que com essas palavras vai criar uma nova resenha/perspectiva sobre mim.
Grazie!
quinta-feira, 30 de março de 2017
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- Juliana Talala
- São Paulo, SP, Brazil
- Social media apaixonada, Redatora Publicitária por vocação, Jornalista Graduada, Estudante de Violino, Amante da Cultura Italiana e Futura Escritora Infantil.
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