Peguei esse título emprestado de um livro do José Eduardo Agualusa, que acabei de encomendar. Há tempos o namorava na tela do computador, evitando negligenciar a promessa que fiz de não comprar mais livros até terminar a fila de doze que me aguarda em casa. Hoje, eu não resisti. Ao lembrar das palavras de Agualusa sobre a arte de esquecer, na Paulicéia Literária de 2015 e também, ao descobrir que a história foi baseada em um drama real, eu não pensei duas vezes. Saquei o cartão e aproveitei para pedir também “O poder dos Quietos”, de Susan Cain.
Agora,
eu troco a negligência por ansiedade, para vencer os sete dias de espera. Até
lá, me contentarei em imaginar os detalhes dessa história que parece ter talento
para transformar e transtornar o
pensamento, com sutilezas que a vida moderna já não conhece mais. Ou finge, por
reconhecer que, dia após dia, vem se tornando um sinônimo torto para a palavra
efêmera.
A
justificativa de bolso é sempre a mesma: as novas tecnologias. Mas, podemos
notar que essa transformação vai muito além de gadgets na palma mão. Eles
apenas deram voz – para informações, boas ideias, novos pesares e também,
idiotas de plantão, que preferem reforçar que muitos não estavam preparados
para o século XXI.
E, apesar
de muitos duvidarem, essas sutilezas são as páginas que sustentam a nossa
capacidade de guardar, suportar ou de esquecer o rumo do texto, os momentos, as
dores e as pessoas que interferem na geografia de nossos caminhos.
Não existe tutorial, apenas dicas de quem já virou a página e seguiu em frente. Mas, somos
seres únicos. Isso significa que cada um escreverá, desenhará ou cantará sua
Teoria Geral do Esquecimento de um jeito diferente. A começar pela forma com a qual lidamos com o tempo, a tolerância e com que respeito e apreço enxergamos os
protagonistas e os coadjuvantes que moram em nossas histórias.
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