terça-feira, 2 de outubro de 2012

Ju para os íntimos

Meu nome é Juliana, mas me chamam de Ju. Prefiro que seja assim. Soa mais sincero, livre de cerimônias ou formalidades. As dispenso, sempre que posso. No tempo em que vivemos, elas viram um fardo. Um pacote flácido que é jogado sob a mesa com rancor. Um adicional que ganha o caráter fake – em todas as plataformas. Acredite! 

Ops! Agora que me dei conta que essa introdução ficou a cara do ‘Doce veneno de escorpião’. Brincadeiras à parte, o livro parece ser interessante – dizem. Não o li. Mas o assunto aqui é outro: meu nome e como - de fato - gosto de ser chamada por amigos, pessoas queridas, familiares e colegas de trabalho. 

Ju. Simples assim. E sem acento – pelo amor de Deus. Apesar de muitos duvidarem, monossílabo terminado em U não se acentua. Então, Ju não se acentua, não se atenua, não se aumenta, não se estica, não se prolonga. São apenas duas letrinhas. Pronunciáveis em qualquer língua, até mesmo na dos bebês. 

Aí vai uma dica: Na maioria das vezes - esse login diminuto dá acesso imediato ao mundo dos favoritos, onde as reações a pedidos de like, refações de Jobs ou mudanças de planos para o fim de semana são armazenadas com mais carinho e compreensão – que as demais. 

Em outras, ele ganha vida própria e se disfarça de pronome para deixar aquela bronca áspera com toque de veludo, a solicitação de help bem mais atrativa, a D.R mais próxima do fim – quando se deseja uma resolução, um abração. Deixa também cartões de boas festas mais leves, fato. Afinal, você economiza caracteres para o ‘Eu te amo’, ‘Tudo de Bom’ e ‘Feliz Aniversário’. 

Aos que insistem em usar Juliana – saibam – isso me provoca coceira e uma louca vontade de perguntar: Nunca disseram que ‘liana’ não é um complemento, mas quase um sobrenome? E que cabe – apenas - na boca de quem não tenho intimidade? Ou seja, com quem troco apenas oi e tchau, com quem o contato não vai além de um RT, de quem conheço uma única expressão – a de seu avatar. 

Por isso confesso – toda vez que um(a) amigo(a) me chama de Juliana – ao vivo, por sms ou DM, já sei que é um prelúdio para más notícias, uma bronca, uma mágoa, uma tomada de distância. Um ‘brochante’ quando vem da boca de um boy magia. Um ‘reclame’ ao ser pronunciado pelos meus pais – que sempre o usam para chamar minha atenção quando pareço mais magra que de costume. Um ‘decreto’ se vem das bambinas Laura e Rafa. Sei lá, elas têm 9 e 5 anos, mas quando dizem: "Ooo, Juliana, vem cá", fica estranho. Parece que me transformo em um pinguim que não consegue sair do lugar por tentar – sem sucesso – carregar a cerimônia nas costas. Mas o pobre não tem dedos, então a arrasta pela boca e a joga nos pés de quem a criou – desnecessariamente. 

Então peço – usem e abusem do Ju e suas variáveis: Jubs, Juba, Jujuba, etc. É fácil, prático, economiza sílabas e, o mais importante, me faz mais feliz.

1 comentários:

gil disse...

ah...eu gosto de te chamar de Julis, pode Ju?

beijo,

gil - também prefiro assim, só as três letrinhas!

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