quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Cada coisa em seu lugar

É sempre assim. E eu já deveria saber. Vivi tantas desventuras, e todas elas renderiam boas crônicas à la Eliane Brum. Mas faltou leveza. As últimas cinco – por exemplo - estavam carregadas de um ressentimento nostálgico, para não dizer corrosivo. A culpada? Em minha opinião – era a crise mundial. A crise pela escassez de oportunidades e de resoluções que eu clamava – todo santo dia. Por mais que eu teimasse e corresse atrás. 

Até mesmo a crônica que fiz em homenagem a minha desbravadora amiga, Juliana Laterza - teve um quê de tristeza, de passado e de pesar diante de tudo que foi superado. E pra quê? Afinal – o passado sempre revela como somos/estamos melhores agora - no presente, mas também cutuca fatos que seguem cicatrizando a passos lerdos. 

Faltou sutileza. Estou ciente. Tudo estava fora do lugar. A angústia estava fora da gaveta, substituindo a serenidade. E a ansiedade, dentro, no papel de terrorista – que sempre se divertia detonando expectativas, sonhos e planos – de curto e longo prazo. 

E o Miscelânea e o Facebook eram pontos de desabafo, na falta de ouvidos. Eram caos, na falta de bom senso. Eram válvulas de escape, na falta de boas notícias. Eram cartazes, cartazes depressivos – que pediam a atenção de amigos e colegas de mercado. Mas tudo que eu conseguia receber - com esse misto desequilibrado de ideias, de exposição e de sentimentos errantes – era unfollow, pena e arrogância.

Então, como tudo na vida, chegou o esperado momento da virada. Virada de planos e de pensamentos. Fruto de uma simples e decisiva escolha profissional. E com ela, cada coisa foi voltando o para seu devido lugar. A angústia, agora trancada, segue muda. A ansiedade ainda está em cena, mas em outro papel, no de estimulante de expectativas, saudades, iniciativas, ideias e sonhos – que voltam renovados e fortalecidos. Ficam várias lições, novas percepções e um sorriso satisfeito para celebrar a mudança. 

Mas antes de findar esse relato transparente – deixo aqui o meu mais sincero agradecimento a minha família, amigos e colegas de mercado. Em especial – Daniela Daia, Gustavo Pires, Juliana Laterza, Gilmara Santos, Aline Caparroz, Gustavo Antunes, Cecilia Nery, Elaine Xavier Talala, Lair Rosa Talala, Flávia Pissinin, Nadja Pereira, Luciana Zacarias, Grazy Tavares, Fernando Guarniéri e Eliane Brum. Vocês foram essenciais.

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